sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Melhor!



O que é melhor?
Qual a relação entre o presente e o passado, entre o passado e o futuro?
O que é melhor pra um não é, necessariamente, o melhor pro outro... Certo?
E se eu acho algo melhor... Se discordam de mim... Eu estou certa ou errada? E quem discorda?

O Tomate! hoje se trata de percebermos que existe algo além daquele conselho que diz que, mesmo que as pessoas discordem umas das outras, podem continuar sendo amigas/namorados/entes queridos/gente com quem você gosta de conversar... enfim, você entendeu, não?

O fato é que, por mais que você não goste, existem apenas dois caminhos: o que é melhor e o que é pior pra você, na sua concepção. Porque você pode até seguir o conselho do outro e seguir o caminho que essa pessoa acha ser o melhor pra você, mesmo que vocês não pensem igual... Mas você segue "forçado", e não exatamente feliz.
O que é melhor pra você é, muitas vezes, visto por quem está fora, como algo ruim/um capricho/um caminho que só as pessoas com perfil "x" (e o "x" não é bom) seguem. Ok, opiniões não são iguais e nunca serão... Mas aí chega a hora de você decidir: vai seguir o próprio caminho, a própria opinião... ou vai ter medo do que vão dizer de você e ir pelo caminho que você não acha certo?

É uma questão complexa e mais séria, eu sei, eu nem planejava isso para o Tomate!, mas as circunstâncias só me permitem escrever sobre isso, porque é isso que estou passando e é disso que quero falar. Bom, eu sei que também tem aquela opinião especial, da sua mãe ou da pessoa que é como uma mãe para você... É duro dizer que ela geralmente (nem sempre, mas geralmente) está certa... Mas você não aprende sem suas próprias experiências, é o que eu acho. Se você não tentar, (a não ser que enxergue o que é errado sem precisar passar pela experiência) nunca vai saber, e seguirá o resto da vida na dúvida... "Será que aquilo era mesmo errado?"... "E se eu tivesse ido por aquele caminho?"

Por exemplo, minha faculdade. Tentei o curso de Design de Produtos... Não me traria dinheiro suficiente, e eu precisaria de dinheiro porque minha família é pobre... Eu tinha outra opção: Direito. E eu gostava de Direito, mas meu talento, minha paixão, a direção que eu queria pra minha vida naquele momento era Design... Eu achava que, com a dedicação correta e a paixão pela área, conseguiria ganhar dinheiro depois... Não importava a escassez no mercado de trabalho. Minha mãe me apoiou, mas dizia: "você verá, depois, como só talento não basta". O restante da minha família me "quebrou as pernas", por assim dizer: "você vai morrer de fome", "vai morar debaixo da ponte", "isso é capricho seu", "pense na sua família", "como vai se sustentar"... Esse tipo de coisas e muito mais.
O que eu descobri depois não foi tão diferente do que minha mãe dizia.
Sinceramente, eu sou, sempre fui, e acho que sempre serei uma sonhadora... portanto, eu ainda acho, acho de verdade, que com dedicação e paixão pelo meu trabalho, meus estudos, minha área, posso conseguir de tudo (seja escasso o mercado ou não)...
Só que hoje eu curso Direito.
Você pode pensar: "então a 'moral da história' nisso é aquela de 'ouça sua mãe? É isso que você quer nos dizer?'". E eu lhe respondo: não, não é. Você já vai entender.
Não desisti de Design por pura percepção que meu futuro profissional seria difícil. Eu sei que seria, se eu tivesse perseverado no curso... E sou fã, sem exageros, dos meus amigos que tiveram a força para continuar. Serão grandes profissionais, não duvidem disso, por mais difícil que seja, talvez, conseguirem seu lugar no mercado.
Desisti de Design porque percebi que o melhor pra mim era Direito. Não só por ser uma profissão cujo futuro no mercado de trabalho é, digamos, mais fácil... Mas porque me descobri apaixonada por Direito... E descobri que não gostava de Design de Produtos. Uma semana de aulas e eu estava maluca naquele curso... Teria enlouquecido mais não fossem meus amigos. Ah, e como eu sofri quando larguei o curso que eu pensava ser meu sonho... Parecia que eu estava perdendo um pedaço de mim, parecia a perda total da minha felicidade. Por mais que eu amasse Direito, por mais que soubesse que não estava gostando de Design. Alguma coisa me fez sentir-me despedaçada por dentro... Algo além da consciência de que meus amigos não estariam mais comigo.
Se estou feliz em Direito? Estou. E muito! A sensação de perda da felicidade passou... Mas, entendem que se eu nunca tivesse cursado Design de Produtos, até hoje teria a dúvida cruel de "mas e se eu tivesse feito o curso dos meus sonhos?". Eu tive de perceber sozinha, e apenas com a experiência, que não era meu sonho. Meu sonho é algo diferente, não necessariamente relacionado a Design, Moda ou Artes Plásticas, por mais talento que eu tenha nessa área. Meu sonho é algo além, que posso conseguir em Direito, porque amo Direito.

Enfim... Eu podia não saber o que era melhor pra mim... Mas eu achava que sabia, eu apostei nisso, e eu descobri o que era melhor... Depois de tentar. Descobrir por mim mesma foi a melhor coisa que já fiz, isso eu posso afirmar. Porque hoje não tenho dúvidas sobre o passado, não tenho medo de ter trilhado o caminho errado. Eu simplesmente sei que estou no lugar certo, porque descobri sozinha.

É preciso ter a seguinte ideia em mente: não devo seguir a opinião do outro sobre o que é melhor pra mim se eu não concordo com isso. Seja em relação a uma coisa mais simples, como uma faculdade, ou a algo mais complexo, como uma amizade, um relacionamento amoroso, uma atividade...

Não gosta? Não faz bem? Já foi bom, mas não é mais? O que você está esperando pra largar e correr atrás da sua felicidade?
Gosta? Faz bem? É bom? Qual a sua dúvida em seguir adiante com isso?
O que te faz bem te faz feliz. O que te faz feliz é o melhor pra você.
O que não te faz bem não te faz feliz, por mais que você ache que sim... Procure bem dentro de si... A resposta está aí.

"A vida não é tão complexa quando decidimos seguir o que é melhor pra nós: tanto o que é melhor em nossa opinião quanto o que é melhor para nossa vida."

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