domingo, 27 de novembro de 2011

Percepção!

Já sei... quer saber o por que do nome "Tomate!", não é? Calma, que tudo vem a seu tempo, e daqui a pouco você chega à explicação. Mas vamos começar... bem, começar do começo.
Em primeiro lugar, vou te dizer as coisas das quais este blog não fala: não fala sobre jardinagem ou hortas caseiras, embora fale de algo que também exige cuidados. Não sobre comida, embora traga satisfação. Não sobre bebida, embora embriague. Não sobre drogas, embora vicie. Não sobre decoração, embora seja belo. Não sobre artesanato, embora seja uma forma de arte. Não sobre medicina, embora trate de pessoas. Não sobre economia, embora seja preciso tomar cuidado com os resultados. Não sobre música, embora seja agradável. Não sobre magia, embora seja inacreditável. Não sobre dor, embora seja tão real quanto a própria.
Se você parar e pensar, vai saber do que estou falando... Ou não. Algumas pessoas têm problemas de percepção, ou não podem enxergar nas entrelinhas, ou nem mesmo em imagens. Minha professora de Psiologia Geral, por exemplo, tem problemas de percepção... E isso não faz dela uma pessoa menos maravilhosa. Então não se assuste se não descobrir do que eu falei até agora, porque vou explicitar.
Você pode sair na hora em que quiser. É claro, você sabe disso, basta clicar no "x" vermelho do seu lado direito superior e estará longe daqui, e livre para nunca mais voltar, caso seja esse o seu desejo. Mas se quiser ficar, como dizem meus professores, fique por interesse, por pura iniciativa. Fique por querer, não fique por ficar.
Agora, já que ainda está aqui... É, eu sei, você quer saber sobre o tomate. Bem, é simples, mas é algo que eu mesma não tinha notado. Como é o título do blog e como já lembrei anteriormente, é simplesmente uma questão de percepção. O que você consegue ver, cheirar, tocar, ouvir, expressar. E os limites dessas percepções, claro, ou - sendo muito exagerada - você teria o faro de um cão policial.
O que conseguimos perceber? E o que não conseguimos? E aquilo que, com o tempo, paramos de notar? E aquilo que aprendemos a notar com o passar do tempo? E a existência de algo que você pode nunca saber, mas sempre vai estar ali? Ou de algo que você imagina existir, mas nunca foi além de sua mente...

Deixe-me explicar melhor, e ir direto ao tomate: hoje eu estava conversando com meu namorado pelo msn (vou corrigir a linguagem de internet para o normal), quando ele me disse, em meio a um assunto sério:
"I love U, meu chuchu!!!"
"OMG, você ainda está tentando brincar..." eu disse, mas tive de ceder. Uma das coisas mais lindas que ele faz, e ele faz muitas coisas lindas, é conseguir me fazer rir em meio a uma coisa muito séria. "...Meu amor, eu não quero ser um chuchu, chuchus são tão... verdes!"
E aí me veio o mais simples: se ele queria me chamar de legume, verdura, hortaliça, fruta, enfim... então que fosse tomate, porque eu gosto de tomates. Pra quem não sabe, eu como tomate como qualquer outro fruto. Mas não é essa a razão de o blog chamar-se tomate, embora haja relação direta com o que acabo de dizer.
Continuei:
"... posso ser um tomate? Deixa eu ser um tomate, amor, deixa!"
Ele:
"Não, amore. Senão, quando eu te abraçar, quando a gente se ver, eu farei um extrato!"
Observação rápida: sim, ele também é engraçado. Mas nesse momento é que eu percebi uma coisa interessante, que você já vai ver:
"Mas eu queria ser um tomate...", ainda pedi. "Os tomates são TÃO românticos!"
Ele riu.
"Sério...", eu defendi minha causa. "Você já notou que além da cor vermelha e do possível formato de coração, a palavra em si tem algo muuuito curioso?"
Ele não sabia. Mas eu também não sabia até poucos segundos.
"Não. O quê?"
Respondi, um tanto orgulhosa de minha descoberta:
"Se você inverter as sílabas da palavra 'tomate', ela forma um anagrama, anagrama imperfeito, mas forma, das palavras 'te amo'".
Ele acrescentou:
"Teamot!"
"Aham! Por isso um anagrama imperfeito", comentei a sobra de um "t". "Mas sabe que todos esses anos vendo tomate, eu só fui notar isso agora?"
Ele lamentou não saber a resposta. Dessa vez, porém, eu sabia que ele não teria a resposta... Era um dos raros momentos em que eu podia dizer-lhe algo lindo, porque geralmente ele é que tem essa habilidade. Então eu aproveitei:
"Eu só notei agora porque eu não conhecia o amor antes... eu não conhecia você antes. Como eu poderia entender o 'eu te amo' escondido nas pequenas coisas, como um tomate, quando eu não sabia o que era amor?"

Entendeu o "Tomate!"? Tanto a palavra quanto a pontuação que a segue, a exclamação, indicam uma celebração. "Tomate!" é uma espécie de grito que diz:
"Eu sei agora de algo que não sabia antes. Eu descobri uma coisa que gostei, e que pode não ser importante pra todo mundo, mas é importante pra mim!"
Eu descobri, na palavra "tomate", uma declaração de amor escondida... E quantas mais devem existir por aí? Quantas declarações, quantos pedidos, quantas histórias... Eu quero descobrir mais. Eu vou descobrir mais.
O que vou descobrir é que ainda não sei... Mas sei que será maravilhoso, como todo conhecimento adquirido, e que terá alguma utilidade, seja simples, como me fazer sorrir e achar o mundo mais bonito, ou seja complexa, como uma frase em latim que o jurista precisa saber.
Eu quero explorar o universo... Mas pra isso não preciso de um ônibus espacial, de um foguete, um avião ou um carro; não preciso viajar de forma material, e muitas vezes nem preciso pegar um livro ( tipo de viagem que adoro fazer, aliás). Muitas vezes eu só preciso de uma coisa escrita... um anagrama... um Tomate!

"Adoro a beleza que está presente em toda simplicidade!"